segunda-feira, 28 de abril de 2014

ESCAPE FROM ZEBU PROMO VIDEO - ROULETS

E AIÑÑ?! QUEM quer mais um pouquinho da Escape From Zebu?!
Eu!!! Nós!!! ...Já estamos com muita saudade e loucos para repetir a dose! Mas enquanto ela está sendo fabricada, vamos alimentar a saudade com esse vídeo feito pelos nossos parceiros da Roulets no especial 12/04!, confiram aí:



Dá uma conferida no blog do pessoal da Roulets, cheio de coisa bacana: ROULETS

@jubnx

sábado, 26 de abril de 2014

INNER SUNSET TAPE V - LORYENIPSUM





Tarde/Noite! Prontos? Como eu disse no INNER SUNSET TAPE IV ao final, que um convidado paulistano iria produzir a próxima mixtape, taí. O Lourenço agregado CasaCaos recebeu a proposta com bastante entusiasmo. Durante os dias fomos trocando mensagens sobre a produção. Ele instalou um software de mixagem no computador, viu alguns tutoriais no youtube e começou a futricar, daí tentei dar uns direcionamentos dos comandos básicos em uma conversa pelo skype, quase irrelevante porque o Lori já tava mandando muito bem! Sabíamos que iria rolar uma parafernália genial na mix, imagine só um filósofo propondo uma viagem musical, ficamos curiosos!; na sequência fiz uma artwork pra coluna e fiquei em dúvida quanto ao nome de autoria, fui no perfil do SoundCloud do Lori e coloquei o nome que estava lá: loryenipsum. Tape fresquinha e download, hmm, liberadíssimo oras!

Confereaê a entrevista com o Lourenço! 


Ah!, que demais poder receber um agregado das terras paulistanas para o INNER SUNSET TAPE! Agradeço o tempo desprendido na proposta e já lanço a bomba; como foi a experiência de produzir essa mixtape?

O prazer é todo meu, querido! Uma oportunidade e tanto, fiquei muito feliz pelo convite. Então, tudo isso pra mim foi muito novo. Sempre tive muito contato com música, desde pequeno ouço de tudo e estudo teoria, mas é como se sempre tivesse tido uma separação: músicas pra estudar e músicas pra curtir. É que, por conta do estudo do violino, de tocar na orquestra do colégio e tudo o mais, acabei por estar sempre por fora de como fazer uma música para dançar e se divertir, fora daquele modelo de música erudita bastante quadradinho. Fazer essa mixtape foi a oportunidade de juntar esses dois lados, tomar contato com esse lado musical que esteve por tanto tempo apartado, pra mim, de uma reflexão criativa.

Se você refletir um pouco qual o cenário perfeito pra rodar essa playlist? E como seria esse sábado ?

Enquanto eu fazia a playlist eu pensava exatamente naqueles momentos mágicos de delírio dançante que já tive o prazer de desfrutar na CasaCaos mais de uma vez. Meu foco foi mais melódico, e fiz pensando em integrar a repetitividade da psicodelia: por mais que sejam repetições, do ponto de vista de quem ouve cada vez é uma nova vez. Pensei numa espécie de meditação mesmo, uma preparação para tudo o que o fim de semana pode trazer. Sentar no sofá, brisar nas músicas, levantar e dançar quando der vontade, sentar de novo quando parecer adequado. O cenário perfeito é o de entrega: estar por conta, tranquilo, aberto pro que pode surgir. Talvez um momento posterior à entrega de um trabalho, de um prazo, o fim temporário das obrigações.

Em torno do processo criativo como suas referências estão presentes nessa mixtape; e como você as desenvolveu?

Eu me esforcei em colocar várias coisas que tenho ouvido ultimamente e que eu achei que seria legal se as pessoas conhecessem. Eu fico ouvindo e caçando coisas novas sempre, mas a gente sempre tem, como diz um amigo daqui, uma "linha de pesquisa", e eu acabo ficando mais pelas bandas de rock, ou que mantêm uma formação de rock, com ênfase em guitarras, baixo, bateria mesmo. Tem tido no mundo todo uma nova expansão da psicodelia, e é por ela que eu tenho passeado. Mas nessa nova onda os elementos eletrônicos são muito mais fortes, mais relevantes, determinantes mesmo, aliás isso nos mais variados estilos, o que me deu a oportunidade perfeita de ensaiar uma mixtape pela primeira vez. Lidar com o software foi, como disse, muito novo, às vezes confuso, mas muito gratificante

A linda da Natália tá perguntando como é lidar com as fãs? Vai, fala pra gente desse assédio Lori!

A linda da Natália gosta de me constranger, né. Não tenho fãs não, só amigos. E aí é mais aquela vibe de amizade latina: nada de amizade por necessidade, só por admiração mútua. É assim com pelo menos com os lindos do Berababão, e aí todo assédio não é bem assédio, é só festa, haha!

Abrimos o arquivo aqui na CasaCaos e simplesmente deliramos esse IST ficou felomenal, rs excelentes densidades musicais, psicodelicamente mágico! Ficamos felizes que tenhas liberado o dj que existe em você, esperamos já para  um repeteco! Abraçaços querido! 

Eu que estou hiper agradecido de ter tido ocasião de trabalhar na mixtape, ainda por cima pelo convite de quem eu tanto admiro e amo. A Casa Caos é que é mágica! A mixtape tentou ser um tributo a toda a vibe de vocês e às coisas maravilhosas que têm saído dessa convivência, que eu de vez em quando tenho a sorte de conseguir tirar uma casquinha daqui de longe. Abraço apertado!



TRACKLIST
1//Múm - Winter (What We Never Were After All)2//Yeasayer - Reagan's Skeleton3//Django Django - Skies Over Cairo  4//Suuns - Bambi 5//Is Tropical - Seasick Mutiny  6//Opossom - Cola Elixir  7//Pato Fu - !8//Tame Impala - Jeremy's Storm9//MGMT - Lady Dada's Nightmare 10//Menomena - Boyscout'n 11//DIIV - Doused12//Jagwar Ma - Uncertainty13//Battles - Ice Cream (ft. Matias Aguayo)14//Ratatat - Lex15//Jacco Gardner - Cabinet of Curiosities

DOWNLOAD
@eagoranatalia
@elapsed_
@loryenipsum

segunda-feira, 21 de abril de 2014

COLUNA DO PETER

[nova coluna no blog CasaCaos produzida pelo Pedro Gomide ainda em fase de amadurecimento o nome da coluna; esperemos um insight




Olá internautas e seguidores do blog CasaCaos! Gostaria de agradecer Junia Laura e Moisés Lourenço pelo espaço no blog  CasaCaos dedicado à criação de uma coluna onde postarei semanalmente algumas curiosidades, dicas interessantes e usos da língua inglesa, a qual é meu instrumento de trabalho e que tenho me dedicado incessantemente desde os primórdios de minha adolescência (long time ago huh..). Estou bastante feliz em poder compartilhar um pouco desse conhecimento, um conhecimento que me inspirou ir mais longe, buscar o desconhecido, aprender sob uma perspectiva diferente daquela que eu tinha vivenciado até então, que me possibilitou abrir minha mente e expandir meus horizontes e que, de certa forma, paga minhas contas...

Vou começar falando sobre os famosos Phrasal Verbs da língua inglesa. OMFG, todas as vezes em que menciono Phrasal Verbs dentro da sala de aula, sempre se instala um sentimento que não um bom dentro da cabeça das pessoas, medo, aversão, insegurança, desconhecimento, complicação, etc. Galera, no need... os Phrasal Verbs são palavras estéticas, embelezam a língua, com eles nos expressamos de uma forma natural e descontraída, possuem uma sonoridade bela, e dão mais literariedade à mesma. Enough of it, vamos lá então:


Phrasal Verbs
  • O termo Phrasal Verb é frequentemente aplicado a duas ou três distintas e/ou relacionadas construções em Inglês: um verbo e uma partícula e/ou uma preposição coexistem formando uma única unidade semântica. Essa unidade semântica não pode ser interpretada baseada nos sentidos das partes individuais isoladas, mas ao invés, deve ser entendida por completa.Em outras palavras, o significado é imprevisível.
  • Phrasal Verbs que incluem uma preposição são conhecidos como Verbos Preposicionais e os Phrasal Verbs que incluem uma partícula são também conhecidos como Verbos-Partícula  e  existem também os Phrasal Verbs que são formados por Verbo +Partícula +Preposicão

Para não ficar muito extenso, vou falar sobre um tipo de Phrasal Verb hoje, os Verbos Preposicionais: Verbo + Preposição (Prepositional Phrasal Verbs)

Tomemos como exemplo a seguinte frase: Who is looking after the kids?

Look é um verbo e after é uma preposição que não podem ser analisados separadamente e precisam ser entendidos como duas ( às vezes mais de duas) palavras com um sentido apenas, nesse caso, look after (cuidar). Aqui vão alguns exemplos Prepositional Phrasal Verbs empregados em contexto:

  1. They pick on Joseph. // Eles criticam/amolam/importunam/culpam o Joseph.
  2. I ran into an old friend. // Eu trombei com (encontrei por acidente) um velho amigo.
  3. She takes after her mother. // Ela se parece (pois é filha) com sua mãe.
  4. Sam passes for a linguist. // Sam é aceito como/é considerado um linguista.
  5. You should stand by your friend. // Você deveria apoiar seu amigo.

No exemplos citados acima, podemos dizer que se tratam de Prepositional Phrasal Verbs porque as preposições after, on, into,for e by introduzem as frases preposicionais after the kids, on Joseph, into an old friend, after her mother, for a linguist e by your friend respectivamente. Seus objetos the kids, Joseph, old friend, her mother, a linguist e your friend nunca podem vir antes da preposição. Então, nunca podemos dizer: Who is looking the kids after? ou They pick Joseph on e assim por diante.


Os Phrasal Verbs são de extrema importância para a conversação e compreensão da língua inglesa e por isso necessitam de bastante dedicação por parte dos que buscam a fluência nesse idioma. That's it for today guys!, no próximo post, falarei sobre o segundo tipo de Phrasal Verb, os de Verbo+ Partícula.

Ciao for now.
@pedroudinyc

sábado, 19 de abril de 2014

INNER SUNSET TAPE IV - CAOSMOSE

Chegamos!, fornada especial essa que vem por aí! Inner Sunset Tape desvendando espaços e explorando universos musicais diversos continuamente. Hoje temos o Caosmose (Yuri Amaral) remexendo o tacho da psicodelia. Confereaê a entrevista e a mixtape com download liberadíssimo pelo Google Drive; pra você começar na pegada sua noite de sábado! 



Conte-nos um pouco do seu processo caótico/criativo de produção! E esse nome Caosmose, de onde precede?

A produção musical para mim envolve a capacidade de conjugar uma multidão de sensações que servirão de matéria para constituir uma topografia afetiva, uma espécie de geografia não-física, que demarca uma temporalidade e espacialidade próprias. Isto é, conforme organizadas, estas sensações nos dispõem um plano composto de fluxos em variação em relação estreita com nosso corpo e sentidos. Parece estar implicado em todo ato de criação: busca-se numa fonte de matéria inicialmente amorfa uma disposição que, no próprio ato de se constituir, reorganiza nosso modo de relação afetiva com o entorno "colorido" pelo plano material deliberada ou acidentalmente selecionado. Assim, também temos uma descrição de um aspecto imanente da composição musical: esta sublime arte de juntar sons para criar mundos.
Em relação com esse pensamento, encontro o sentido para o nome atual com o qual batizei meu projeto. Caosmose: de uma totalidade dispersa de aspectos, pedaços de sensações (táteis, acústicas etc.), materiais, vibrações, fluxos, variações, gradientes; a uma unidade em perpétua transição de um plano ao outro por movimentos autônomos e orgânicos de conjunção, imbricação e fusão. Trata-se de um neologismo emprestado de um autor muito importante para reflexão, crítica e produção relativa aos campos psi, Félix Guattari. Com uma belíssima exposição deste conceito, o autor citado propõe “um novo paradigma estético”.

Convenientemente, esse termo/nome de batismo do meu projeto também guarda relação homonímica com a república em que moram os pares que recentemente me estimularam a retomar o desenvolvimento de DJ set’s e a trocar experiências sobre música eletrônica, mixagem e modos de produção. Um grande abraço aos meus parceiros da Casa Caos!

De onde surgiu essa paranóia delirante com a música eletrônica, como você foi refinando isso até chegar ao seu atual gosto? 

Acho que não se trata de uma paranóia delirante! Rs. Está mais para uma busca ativa (não uma perseguição sofrida) de vivências quase alucinatórias e psicodélicas por meio de vertentes abertas e intensivas como é o caso da música eletrônica em suas vertentes como Full On, Dark e Progressive, minhas prediletas. Ouso dizer que nestas vertentes todos os sons são passíveis de se tornar música e o turbilhão criado por meio de sua confluência por si só já convoca novas multidões sonoras que se entregam a uma totalidade harmônica, que mistura leveza e densidade, suavidade e agressividade, meditação e catarse etc. Talvez um aspecto do meu interesse tenha se dado por meio de uma passividade vivida: foram os afetos lançados por meio dessa imersão nas atmosferas complexas, porém fluídas e distintas, que a música eletrônica psicodélica proporciona. São os instantes de êxtase espasmódico e a contração introvertida correlata, tanto na dança livremente orquestrada pelo entorno afetivo criado pela música quanto na produção de suas combinações, que foram motor da minha contemplação e aprofundamento na mixagem e produção em música eletrônica.

Quanto ao rastreamento da origem e refinamento do meu gosto, creio não poder precisar exatamente. Acredito que muitas coisas influenciam a composição singular da sensibilidade de uma determinada pessoa. Em parte, temos relações acidentais de contexto. Por exemplo, conta meu pai que ainda no berço, meu compositor favorito era Isao Tomita, compositor de música eletrônica e tecladista japonês, e que eu só dormia quando era exposto ao ritmo e melodia dele. Também ouvi demais da infância à adolescência Kitaro, outro japonês, compositor e multi-instrumentista. Outras influências maiores também vieram do meu contexto principal de escuta e apreciação da música: a minha casa. Os discos do meu pai formaram meu primeiro playground... Entre a música clássica, instrumental, eletrônica, rock progressivo e psicodélico, eu encontrava material para o meu brincar paralelo, às escondidas, em que fingia ser maestro. Mas ao invés de reger para onde e como a música se desenvolveria, era ela que guiava os mais estranhos e engraçados dos meus gestos: germe de um estilo frenético e caótico de dança que eu aperfeiçoei na adolescência, época em que freqüentava compulsivamente as festas rave em Goiânia e proximidades. Rs.

Sabemos que já teve carreira e tudo [hein?!], o que você leva consigo dessa experiência!?

Levo todo um conhecimento e sensibilidade que desenvolvi a respeito das nuances das formas de expressão humana. Pois na música, nada é sem sentido. Pode ser acidental, como falei, mas na medida em que a produção se torna produto, ou seja, quando o gesto criador se separa da coisa criada, cada elemento ganha uma posição autônoma e um sentido próprio no todo. Apesar do preconceito corrente, com a música eletrônica se passa o mesmo – digo isso, pois algumas pessoas não conseguem perceber a qualidade expressiva nela contida –, nela é possível perceber uma evolução característica, que passa pelo desabrochar, um vigorar e um desaparecer. Alguns produtores se esquecem e com isso deixam passar algo de fundamental nesse sentido. É o que leva toda a multiplicidade que a música carrega a ganhar a forma de uma coisa viva, que respira, tem seus êxtases e depressões, seu ímpeto animado e sua fadiga etc. Em suma, todos os movimentos que comportam tanto o cosmos como a própria alma corporificada.

Isso tudo é muito difícil de explicar! Eu sei que chega a parecer até um discurso esquizo (de fato, o é em partes). Mas se trata de um assunto complexo que eu sempre senti mais do que descrevi. Esse é um dos campos em que minha cognição tem mais dificuldade em se apropriar. Para mim parece que isso faz parte de um inconsciente arquetípico, um todo de atravessamentos imanentes que impõe modos não-voluntários de nossa constituição como sujeito psíquico. Perguntar sobre isso me leva a pensar sobre vértices de mim mesmo que eu não posso apreender pela via de uma experiência temática. Talvez por isso seja para mim um estilo de música tão importante existencialmente. Basicamente se trabalha com materiais sonoros em que há quase total ausência de canção, letra ou refrão. É exatamente como dizia aquele poeta dinamarquês: “Where words fail, music speaks.”

Quando um vínculo é criado entre você, a música e o público, que fluxo te toma?

Este é outro tópico igualmente complexo que eu não sei direito como abordar com palavras. Trata-se de um movimento que passa por mim, desde o momento em que estou preparando as faixas a serem tocadas num set até o momento em que as executo e faço a mixagem. Minha relação com a música, como disse antes, é quase alucinatória: vejo linhas, blocos, fumaça, luzes brotando a minha frente conforme ela se desenrola. Numa espécie de imaginação sinestésica, produzo como que desenhos, objetos amorfos, fragmentos de sensação como luzes e até cheiro que vão se formando no espaço que alteram a forma como meu corpo se relaciona com o entorno. É uma brincadeira onipotente em que meu sentir busca atingir o instante perceptual! Acho maneiro quando vejo as pessoas na pista esboçando gestos que buscam tocar e se deixar tocar por essas formas espontâneas criadas pela atmosfera musical. Quando as vejo, por exemplo, de olhos fechados, sei que existe alguma forma particular que estou ajudando a produzir naquele mundo especial que é o dela em seu contato com a música.



Um prazerzaço falar contigo e poder disponibilizar um pouco pro pessoal as vivências dos dj's CasaCaos; integrando as diferentes/exóticas temporalidades/conjunturas/preferências entre nossos gostos: RESPECT! Estou sempre com os poros abertos para os alardes e ensinamentos que partem de ti, sempre grato meu caro; quero agradecer o tempo desprendido e todo o suporte que nos tem prestado!

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Semana que vem temos um convidado de São Paulo, ainda não vou revelar o nome, rs; ao que tudo indica vamos ter uma seleção/gosto ainda não explorado aqui no blog. Mantenham as anteninhas ligadas!

▲TRACKLIST▲
▲ 1//Figure - Deaths Gospel (feat. Brawninoff) ▲ 2//Major7 - Obsession ▲ 3//Captain Hook and Perfect Stranger - Perfect Hook ▲ 4//Thankyou City - New Horizons ▲ 5//Gleb Gold - Feel ▲ 6//Spektre - Give Yourself to Me (Dub Mix)▲ 7//Maelstrom, Ticon - Resolution ▲ 8//Sun Control Species - Bringing the Rain▲ 9// Antix - The Duck Walk▲10// Ticon - Banking Karma ▲

▲DOWNLOAD▲

@elapsed_
@lollaine
@pedroudinyc

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Garcia Marquez: enxerto de uma morte pós-anunciada

"E senti na garganta o nó górdio de todos os amores que puderam ter sido e que não foram."
Gabriel Garcia Marquez





Depois de uma fornada suculenta de pães de queijo, sentamo-nos e os raios catódicos vindos da TV nos arrastaram as retinas para receber o impacto. No noticiário, a fatídica notícia, a morte anunciada, Gabo se foi. Dilacerados! Difícil aceitar a partida do mestre que já punha as botas em direção à Divina Providência. Foram, literalmente, cem anos de solidão ali, no sofá.
Com um pouco de delírio do verbo, agora, tentamos esmiuçar essas pequenas palavras de agradecimento. Precisávamos produzir algo pra externalizar todos os fluxos que por nós passaram e nos deixaram atônitos, desenfreados, caóticos, cheios de invasões oníricas durante a noite. O amor nos tempos do cólera.
Eu, Moisés, particularmente, me tornei um alvoroço ambulante dadas as repercussões dos escritos de Gabriel no roteiro de my vida. Uma paixão instantânea me tomou por completo ao ler O amor nos tempos do cólera. Durante duas semanas, estive absorto pelo conclave cósmico daquele livro, me apaixonei, odiei, chorei e em uma instância mais profunda, tomei todos os sintomas fisiológicos de um apaixonado: mil palpitações, mil projeções, um completo bobão jogado à sarjeta da paixão. Ao fim da leitura um alívio, claro aqui está, não pelo enredo, mas pelos sintomas que já me consumiram. 
Apaixonado por sua escrita dinâmica/pavorosa/ardente/mágica, dei início à incessante leitura de sua bibliografia. Como dizem, nunca se é bom começar a conhecer um escritor pela sua leitura mais prodigiosa e aclamada, é  bom comer pelas beiradas, ir comendo a massa e deixar o recheio pra depois. Mas, na sequência, tomei a leitura de Cem anos de solidão. Ah! Oh, céus! Outro esquizosentimento, só que dessa vez, uma identificação ancestral era o que descrevia a postura diante do livro, era como se Garcia trouxesse a mim o relato dos antepassados, a lamúria dos anos transcorridos na América e dados ao esquecimento, remédio paliativo  da nossa trajetória sanguinária e horrenda, não obstante bela e magnífica. Qual perspectiva você prefere? Eu fiquei com a totalitária. 

A cada página, um vislumbramento maciço de um raciocínio peculiar e uma imaginação fascinante outrora taxada como imprópria ou até mesmo exotérica, mas isso sempre me chamou atenção. Gabo me conheceu, assim como tantos outros leitores. Escreveu pra nós! Terminei Cem anos num delírio assustador, detectar a estirpe, minha estirpe, nossa estirpe, o que me fez recorrer a esforços e a uma racionalização da nossa condição político-social que, associada a um realismo mágico, me transformaram noutro. Fui José Arcádio, fui Aureliano, fui Úrsula, fui Petra Cotes, fui Rebeca, fui Pietro Crespi, fui Amaranta, fui Remédios, fui coronéis e soldados, dona-de-casa, sonhador, vendi peixinhos de ouro e água em pedra, comi terra, fiz emplastros, até um rabo de porco tive. Me atrelei às concubinas; do álcool, fiz remédio, delirei embaixo da castanheira, entreguei minha alma a Melquíades.
A partir do término de tal leitura, me interessei incessantemente por sua história e mais ainda fã fiquei ao perceber a resiliência de Gabo, um verdadeiro ídolo, um pai de nações. Aqui ficam meus sinceros agradecimentos pelo tempo desprendido a nós e por toda essa rica produção que nos faz delirar a lucidez orgânica dos dias.



@elapsed_
@lollaine

quinta-feira, 10 de abril de 2014

ENTREVISTA COM O EMÍLIO ROGÊ!

Mais uma prosa pro blog galere, hoje o papo é com o Emílio Rogê nosso agitador-cultural! Confereaê, entra vai!, toma um cafézinhô porque saiu do fornô agora!

Bom dia amado! Imenso prazer agregar você ao nosso rizoma de afeto! Confessamos que estamos realmente curiosos pela sua performance na Escape! Gostaríamos de saber um pouco sobre o que anda aprontando pra nóz, desembucha!, explica pra gente que negócio é esse de lama?! 


O prazer e o encantamento é todo meu! Fico muito feliz em estar conectado com vocês da Casa Caos e com essa ideia de experimentação cultural horizontal proposta por vocês. Sobre a performance: não tem muito segredo não. É só um corpo imerso em lama. É uma provocação às pessoas que estiverem na festa. Sei que pra maioria parecerá um ato bizarro. Que as pessoas pensem o que quiserem. Contando que não abdiquem de PENSAR! Chega de preguiça! Gosto da performance porque ela é sempre única: ela só existe num tempo e espaço definido. É efêmera. E passível de entendimentos múltiplos. Mais ou menos como o conceito de cultura que eu anseio partilhar. Acho que essa coisa do “artista mítico” se não caiu tem que cair. Não acho que o artista deva se apresentar sempre em busca de aplauso. Na Escape to indo em busca de encontros provocantes e provocadores! 

E outra, e os boatos de um filme sobre você, confere produção? 

Hahaha. Me senti no TV Fama agora! É assim, o pessoal da OKIÁ que é uma produtora de filmes muito bacana daqui de Uberaba, está participando de um festival de curtas. Me convidaram pra gravar um curta sobre a minha história. Quem quiser pode conferir o curta-metragem neste link: Curta-Metragem 
Foi uma experiência bem bacana e que por motivos óbvios me deixou bem contente! ;) 



Pelo que sabemos você é um ícone cultural/social em Uberaba, com amplo engajamento e uma amostra exemplar de produções, você pode nos contar um pouco como é atuar neste palco? 

Primeiro que não acredito muito em ícone. Com exceção de Suzana Vieira que é deusa, rainha, amada pelo povo brasileiro, ninguém mais merece ser tratado como ícone. Agora eu me sinto um agitador cultural – uma pessoa interessada em fazer arte nesta cidade chamada Y-beraba. Acontece que quando eu comecei eu não tinha muita noção do cenário que se apresentava pra mim. Fui descobrindo na marra as coisas. Algumas boas, outras nem tanto. Mas nunca desanimei. Sou travesty e brasileira né? As pessoas sempre dizem que Y-beraba é terra madrasta, e talvez seja mesmo! Mas eu amo isso aqui e amo esse eterno conflito entre o tradicional e o novo que se apresenta. Y-beraba é muito peculiar e eu me sinto responsável e grato por fazer parte disso!

E essa repercussão do Brazil com Z, fala pra gente como foi esse reboliço! Você pretende prosseguir com esse espetáculo? 

Brazil com Z é o meu sonho travesty se tornando realidade. Quando a gente estreiou lá em 2011, não teve nem metade da repercussão que tivemos nessa reestreia. Entendo que os tempos são outros e principalmente, a cidade é outra! Conseguimos reverberar nossa mensagem pra muito gente! Foi um deleite aquela noite na calçada do Vera Cruz. A peça cumpriu bem seu papel. Recebemos feedback de várias pessoas e todos eles nos agradam, inclusive os negativos. Depois do incidente com a presidente da Fundação Cultural rolou um debate muito produtivo que com certeza vai desencadear uma série de propostas bacanas para o cenário teatral da cidade. E sobre a temporada, isso é só o começo! Já na semana que vem estaremos em Araguari, participando de um Festival. Esperamos que em breve estejamos divulgando mais datas na cidade de Uberaba. Queremos nos apresentar no Circo do Povo e na UFTM. 

Só temos a agradecer o apoio e a parceria! Ups from CasaCaos! 

Gente, eu já to louco de amor esperando este encontro no sábado. Tenho certeza que será épico. Quero deixar um beijo em cada um da casa Caos e convidá-los pra curtir a página da Cia Rogê no facebook: Cia. Rogê
Nos vemos por aí!


@elapsed
@jubnx
@emilioroge

quarta-feira, 9 de abril de 2014

ENTREVISTA COM MUH! CULTURAL


Vamos dando sequência às entrevistas com os parceiros culturais CasaCaos; não teve escapatória e a de hoje é com a linda da Natália Escobar que é nossa interface com o MUH! Cultural. Abaixo segue a prosa trocada com a diva hoje pela manhã!

Que orgulho entrevistar agora a divanesse CasaCaos! Temos carinho especial por você diva e, agradecemos sempre por seu robusto apoio, ideias e compaixões! A parceria com o MUH! é bem interessante, a animação não tem fim! Quando tu chega aqui na CasaCaos todos choram de alegria. Mas aqui entre nós, conta pra gente como surgiu o MUH!?

Querida CasaCaos, antes de qualquer coisa: obrigada pelo espaço e pelo carinho de sempre. Me pegaram de surpresa, vocês me deixam ruborizada! Pois bem, o Jornal Cultural MUH! é um projeto idealizado pelo escritor Zé Alfredo que, juntamente com duas outras moças simpáticas, começou a publicar o jornal em outubro de 2012. Com uma proposta editorial corajosa, o MUH! quer democratizar a Cultura de Uberaba que não ganha a grande mídia e tem valor enorme. O jornal funciona em sistema colaborativo, onde qualquer um pode publicar, desde que o tema seja pertinente à Cultura. Em junho de 2013 o jornal sofreu com a saída da então editora, Mariana, uma mineira sorridente que fala baixinho, e ficou sem ser publicado até fevereiro de 2014. Foi quando eu entrei para equipe e, aos trancos e barrancos, estamos publicando todo mês o MUH!, com direito a sarau de lançamento e muita coisa boa.

Essas atitudes culturais são referências para nós, muito bom saber a origem de tal projeto! Como o MUH! vem atuando no cenário Cultural de Uberaba? 

Hoje nós somos uma sementinha do que ainda queremos ser. São poucas as pessoas que têm verdadeiro amor pela Cultura e, por isso, nossa equipe quase não existe, de tão pequena. Mas, com muita falta de vergonha na cara e disposição para fazer, lançamos todo mês uma edição nova no MUH!. Já são 11 edições, feitas com muito carinho. Em cada capa trazemos, na fotografia do talentoso Guilherme de Sene, uma personalidade da Cultura de Uberaba, sempre revezando entre as artes. Assim, com um trabalho de formiguinha, vamos agregando pessoas interessadas e levando um pouquinho mais de Cultura para cada um que se prestar a ler um jornal feito quase artesanalmente, em preto e branco, prezando pela qualidade do conteúdo. Procuramos sempre estar presentes nos eventos Culturais de Uberaba e construir coletivamente com ações, intervenções, murais literários, enfim. Também, por ocasião de cada nova edição, promovemos o Sarau MUH!, sempre na manhã do segundo sábado do mês, na Livraria Alternativa Cultural. É um espaço para ler, recitar, ouvir, conversar, escutar música boa e tomar café. 


Ain, a labuta é necessária amada, entendemos perfeitamente o posicionamento, sendo assim, o que o MUH! pode dizer ao embrião CasaCaos?

CORAGEM! Coragem, meus queridos. Enveredar pelo labirinto da Cultura e do Entretenimento em Uberaba não é fácil. Por vezes nos deparamos com cabeças não apenas fechadas, mas lacradas para o novo. Mas com muita coragem para fazer e acontecer, somado ao tesão que é trabalhar com o que se ama, só pode dar certo. E, com a energia cósmica que emana de vocês e agrega gente tão linda, tão diferente, tão plural, CasaCaos já é uma vitória. O Jornal Cultural MUH! deseja boníssima sorte e se coloca à disposição para parcerias eternas. 

Pode falar um pouquinho do editorial desse mês? Como que tão os preparativos? Vai ser no dia da Escape From Zebu né? 

Sim! Sábado agora, dia 12, antes da Escape From Zebu, tem Sarau MUH!, às 10h30, na Livraria Alternativa Cultural. Vai ter o Jambo Elétrico, ChoroCultura e muita gente interessante. Toda CasaCaos e agregados mais do que convidadíssimos! Essa edição do MUH!, a 11ª, acontece em um cenário conturbado nos bastidores da Cultura. Enquanto os grandes jornais divulgam grandes ações Culturais do poder público, artistas olham ao redor e não enxergam apoio para nenhum projeto que queira ir um pouquinho além. Na contramão, o poder público não tem habilidade nenhuma para lidar com os agentes Culturais, inviabilizando um diálogo. As duas partes gastam tempo em alfinetadas, e quem perde é a plateia. O MUH! vem para levantar justamente isso, e questionar até que ponto estamos brigando por interesses comuns ou individuais, e tentar aflorar a consciência de coletividade para Cultura uberabense. 

Fala um pouco sobre o que o MUH! está preparando pra gente na Escape!? Ansiosíssimos pelas intervenções divanesse!

O Jornal Cultural MUH!, com ajuda inestimável da CasaCaos, vai fazer uma instalação dentro da Escape From Zebu! O que podemos adiantar é que será um painel móvel de recortes, com temas muito pertinentes ao nosso contexto, onde os convidados poderão deixar recados, desenhar, poetizar ou o que a inspiração pedir. 

E as perspectivas para um futuro próximo? CasaCaos agradece a conexão com o MUH!, essa parceria em fase embrionária promete trazer à tona um feto despojado!

As perspectivas são de abraçar cada vez mais as manifestações culturais da nossa terrinha, ser veículo de comunicação para quem não tem voz e fazer valer nossa Cultura. E que venham muitas mais parcerias fantásticas como essa com a CasaCaos! O MUH! agradece o espaço e eu, Natália, agradeço o amor e energia boa que a CasaCaos sempre me dá. E que venha Escape From Zebu!

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Diva CasaCaos sempre com excelente posicionamento e encaminhando como ninguém suas leves e singelas palavras! Quem quiser conferir o trabalho do MUH! dá um clique na página no facebook e assim ficar antenado pelo cenário cultural uberabense, que não é escasso, por sinal, simplesmente mal repercutido. 


@eagoranatalia
@elapsed_
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